Nossa Gente
Aos 62 anos, Maria Lindaura supera seus limites diários
Publicado em: 21/09/2017 por Luana Barros
Em 21 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, instituído em 14 de julho de 2005, pela Lei Nº 11.133. Para comemorar e conhecer as dificuldades das pessoas que batalham para superar as barreiras da deficiência vamos conhecer a vida de Maria Lindaura Santos Silva.
Ela descobriu em 2001 um problema genético que, progressivamente, a deixaria cega, Retinose Pigmentar. Quando diagnosticada, não acreditou nos médicos. “Pra mim foi um sofrimento terrível, eu não aceitava, chorava dia e noite. Procurei médicos em São Luís e Teresina atrás de outro resultado”.
Com o problema de saúde, o cotidiano da família foi transformado. “Minha mudança de rotina foi complicada, pois eu era independente e de repente meu marido teve que sair do emprego para cuidar de mim, porque o problema não tem cura e nem tratamento para paralisar” – desabafa. Hoje, Lindaura tem 62 anos e há oito está cega.
Desde outubro de 2016, ela participa das atividades de leitura do Setor de Inclusão e Atenção à Diversidade (Siadi), da Secretaria Municipal de Educação (Semed), aprendendo o alfabeto braille na “Biblioteca para Pessoas com Deficiência Visual Louis Braille”.
“Cada dia a gente acha que aprendeu, mas, sempre tem algo novo e sempre temos dúvidas. Quando cheguei no Siadi, eu só chorava. Até conseguir aceitar minha condição, tive depressão e fui inclusive ao psiquiatra” – contou.
Maria Lindaura relata que no Siadi, coordenado pela professora Leila Lopes, aprendeu a se comportar, andar sozinha e até mesmo segurar a bengala. “O contato com pessoas com o mesmo problema que eu me incentivou. Hoje, até voltei às minhas atividades físicas, faço caminhada diariamente no Barjonas Lobão. Já as pessoas que eram minhas amigas e me conheciam antes da deficiência, muitas mudaram completamente comigo. Algumas pessoas nos tratam como invisíveis e me ignoram até, mas, eu já não me importo mais”.