Os Conselhos Tutelares das Áreas I e II de Imperatriz divulgaram o balanço de atendimentos realizados no primeiro semestre de 2025, com dados sobre as violações de direitos de crianças e adolescentes no município. Ao todo, foram 870 atendimentos realizados pelos dois órgãos, com  843 vítimas atendidas e 565 comunicações de violações de direitos registradas entre os meses de janeiro e junho deste ano.

Com atuação pautada na proteção integral e nas diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Conselho Tutelar é mantido pela Prefeitura de Imperatriz por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os conselhos que  dividem a cobertura territorial da cidade, desempenham um papel essencial na identificação, escuta, notificação e encaminhamento de casos que envolvem riscos à infância e adolescência.

A conselheira tutelar, Ana Gabriela Freitas, ressalta que cada atendimento feito é uma oportunidade de mudar destinos, de romper ciclos e de garantir que as crianças cresçam com dignidade, segurança e afeto. “Quando olhamos para os dados do primeiro semestre de 2025 dos Conselhos Tutelares de Imperatriz, o que vemos vai muito além de números. Vemos histórias, dores, pedidos de socorro e, principalmente, a urgência de agir. Todas essas situações, cada uma com suas particularidades, revelam o quanto nossas crianças e adolescentes ainda estão expostos a riscos dentro do próprio ambiente que deveria protegê-los”.

Perfil das vítimas e dos violadores

Entre as 843 vítimas, 457 são do sexo masculino, 430 do sexo feminino e em 15 casos o sexo não foi informado. A maioria dos atendimentos concentra-se nas faixas etárias de 0 a 6 anos (280 vítimas) e de 12 a 18 anos (281 vítimas), refletindo uma maior incidência de violações em extremos da infância e adolescência.

Os principais violadores de direitos são os próprios genitores (317 registros), seguidos de familiares e conhecidos (81 registros). Essa estatística reforça a necessidade de atenção às situações de violência dentro do núcleo familiar.

Formas mais comuns de violação

Foram 870 tipos de violações registradas no semestre. Os casos de negligência lideram o ranking, com 205 registros, seguidos por conflito familiar (92), violência física (81) e infrequência escolar (79). Também foram registradas 55 ocorrências de violência sexual, 47 de maus-tratos e 47 de abandono de incapaz.

Outras formas de violação, como violência psicológica, acolhimento institucional, violência institucional e até tentativa de homicídio, também estão entre os registros, demonstrando a complexidade dos cenários enfrentados pelos Conselhos.

Comunicação das denúncias

As denúncias foram feitas principalmente por pessoas anônimas, que representam 205 dos 574 comunicantes registrados. Os casos chegaram aos Conselhos por diversas vias, como telefone, WhatsApp, redes sociais, e-mail, Disque 100, além de encaminhamentos de escolas, unidades de saúde, CRAS, CREAS, Defensoria Pública, Ministério Público e outros órgãos da Rede de Garantia de Direitos.

Bairros com mais ocorrências

Na Área I, os bairros com maior número de atendimentos foram: Bacuri, com 69 atendimentos; seguido da Nova Imperatriz, 43 e Centro, com 39. Já na Área II, destacam-se: Vila Lobão, com 21 atendimentos; Parque Alvorada II, com 17 e Vila Redenção II, com 15.

Como denunciar

Em casos de flagrante de crime, a polícia deve ser acionada imediatamente. O Conselho Tutelar, por sua vez, atua em articulação com outras políticas públicas para garantir os direitos da criança e do adolescente. A população pode denunciar casos de violência infantil de forma anônima pelo Disque 100 ou entrar em contato diretamente com os Conselhos Tutelares:

- Conselho Tutelar Área I: Rua Benjamin Constant, Nº 180 – Centro. Telefone:  (99) 98546-1231. E-mail: conselhoarea1@gmail.com.

- Conselho Tutelar Área II: Rua Dom Vital, Nº 115 – Entroncamento. Telefone: (99) 99131-8336. E-mail: conselhotutelaritzma@gmail.com.