RESISTÊNCIA
“No 20 de novembro podemos firmar nossa negritude”, diz professora sobre Dia da Consciência Negra
Data relembra luta por direitos e justiça, além de exaltar a cultura afro-brasileira e africana
Publicado em: 20/11/2021 por Ariel Rocha
Quase 80% da população do Maranhão é composta por pessoas negras, é o que aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sendo o estado que tem em sua maioria habitantes negros, o Dia da Consciência Negra celebrado neste sábado, 20 de novembro, traz a reflexão sobre a questão da negritude e da importância da conscientização do combate à discriminação racial.
Criada para homenagear Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no período da escravização, a data abre espaço para uma série de atividades relacionadas ao tema, principalmente no Maranhão e em Imperatriz, com rodas de conversas, palestras, gincanas, apresentações artistas, etc. O dia relembra a importância da data e do que ela representa na luta por direitos e justiça, além de exaltar a cultura afro-brasileira e africana.
A professora na rede municipal de Imperatriz e também militante no movimento negro, Inês de Jesus Silva, comenta que a data em questão tem uma importância ímpar para na sociedade brasileira, principalmente para a população negra. “Quando nos percebemos negros e, assim, nos declaramos como pertencentes a esse grupo étnico, é quando jogamos fora toda uma carga de preconceito e discriminação que carregamos durante toda uma existência”, comenta.
Mas, como afirma a professora, apesar da extrema importância da data, a reflexão deve ir além de um dia especifico em questão e precisa estar presente no dia a dia. “É muito importante que assumamos nossa identidade de pessoa negra e que tenhamos nosso lugar nessa sociedade e nela sejamos integrados, isso em todos os espaços de trabalho, diversão, religiosidade, entre outros”, completa.
Professora no município desde 1998, Inês também integra o Centro de Cultura Negra - Negro Cosme (CCNN) desde 2007. Com base nas leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que estabelecem o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas de educação básica de todo o Brasil, ela realiza palestras e cursos de formação voltadas aos profissionais da educação, alunos e famílias. Trabalho da educadora é feito por meio do Setor de Inclusão e Atenção à Diversidade (SIADI), da Secretaria Municipal de Educação (Semed), nas escolas do município.