Com o objetivo de conscientizar a população e incentivar o aumento de doadores de órgãos em Imperatriz, a Secretaria Municipal Saúde (SEMUS) promoveu uma importante solenidade em alusão ao Setembro Verde, no auditório da Superintendência de Atenção Primária e Vigilância em Saúde nesta segunda-feira (29). A cerimônia contou com a palestra do Dr. Adriano Azevedo, médico e coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Imperatriz, em conscientização sobre o tema. 

Destacando a cerimônia e a sua importância, o secretário de Saúde, Flamarion Amaral, destacou que “hoje é um momento muito importante aqui no Auditório da Atenção Básica, onde tivemos um momento de conscientização para a sociedade. Tivemos aqui grandes líderes de Imperatriz para darmos a devida importância de conscientizarmos o quanto você tem que ser um doador, seja doador de tempo para uma pessoa que está precisando de um apoio psicológico, seja em vida doador de sangue. Quantas e quantas pessoas, às vezes, perdem a vida, porque naquele momento difícil em uma cirurgia, não tem sangue para o recurso. Seja doador de órgãos. Conscientize a sua família da importância. Salvar vidas é um compromisso de todos nós”, finalizou. 

Neste mês de setembro, a Prefeitura de Imperatriz, por meio da SEMUS, celebrou um marco histórico, pois o Hospital Municipal de Imperatriz (HMI) realizou a primeira coleta de córnea, uma grande conquista e a primeira das histórias das cidades do interior do estado do Maranhão, reforçando os avanços da saúde pública no município e a importância da parceria com o Governo do Maranhão para reduzir a fila de espera por transplantes.

Em Imperatriz, o procedimento de coleta é realizado pelo Hospital Municipal, por meio da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT). Após a captação, a córnea é encaminhada para a Organização de Procura de Órgãos (OPO), em São Luís, onde passa por análises e preparos técnicos. Em seguida, retorna para Imperatriz, onde é transplantada em pacientes da fila, por meio da clínica credenciada Alume. 

O médico e coordenador da OPO Imperatriz, Dr. Adriano Azevedo, agradeceu pelo debate do tema e parceria: “muito obrigado pelo empenho, parceria e apoio que o município, na pessoa do prefeito Rildo Amaral e do secretário Flamarion Amaral, na implementação a esse sistema de saúde realizado ao transporte em Imperatriz. 

Segundo dados da Central de Transplantes do Maranhão (CET-MA), em 2024 foram registradas 179 doações de córneas. Em 2025, a fila de espera permanece expressiva, com mais de 500 pacientes aguardando pelo procedimento, sendo 239 homens e 269 mulheres. Esse cenário evidencia a urgência em fortalecer ações que garantam mais acesso ao transplante e ampliem a rede de coleta.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES), a Central de Transplantes do Maranhão, que funciona 24h, todos os dias da semana, conta com uma equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e auxiliares administrativos. A unidade trabalha tanto auditando e qualificando o diagnóstico de morte encefálica, como, também, realiza com outros setores as entrevistas familiares para doação de órgãos intercursos. 

Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que precisam de doação. Segundo o Ministério da Saúde, existem dois tipos de doadores, o doador vivo, que é a pessoa maior de idade e juridicamente capaz, saudável e que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões, a compatibilidade sanguínea é necessária em todos os casos. Para doar órgão em vida, o médico deverá avaliar a história clínica do doador e as doenças prévias. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. A doação de órgãos de pessoas vivas que não são parentes, só acontece mediante autorização judicial.

E o doador falecido, que é qualquer pessoa com diagnóstico de morte encefálica (vítimas de traumatismo craniano, ou AVC (derrame cerebral), anóxia, etc), ou com morte causada por parada cardiorrespiratória (parada cardíaca). O doador falecido pode doar órgãos como: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias.

Para ser um doador, não é necessário deixar nada por escrito em nenhum documento. Para ser doador, precisa apenas avisar aos familiares de primeiro ou segundo grau (pai, filho, irmãos, avós, cônjuges). Eles serão responsáveis por assinar o documento autorizando a doação dos órgãos e tecidos. Existe uma dificuldade para se conseguir doadores de órgãos, pois a negativa da família é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil, por isso é tão  importante conscientizar a família.