O projeto “Biochar de Açaí +: Inovação verde transformando caroços de açaí em ferramentas para o futuro”, desenvolvido por estudantes e professoras da Escola Municipal Afonso Pena, no povoado Km 1700, representou Imperatriz na 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada de 20 a 26 de outubro em Brasília, com o tema “Planeta Água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”.

A iniciativa, criada pelos alunos Caio Anderson da Silva Santos e Gabriella do Nascimento de Sousa, do 8º ano, com orientação das professoras Ocirene Cardoso Souza e Maria Edicles da Silva, propõe o reaproveitamento sustentável dos caroços de açaí e se destacou entre projetos de todo o país, garantindo participação na SNCT.

Apoiados pela Prefeitura de Imperatriz, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), a Aluna Gabriella do Nascimento e a orientadora Ocirene Cardoso Souza levaram à Brasília essa pesquisa inovadora. As participantes apresentaram os resultados da pesquisa ao público presente e receberam certificados de participação.

O projeto surgiu a partir de uma problemática identificada no povoado Coquelândia, na zona rural de Imperatriz, uma comunidade de perfil extrativista. A pesquisa buscou apresentar alternativas para o aproveitamento sustentável dos resíduos sólidos do açaí, por meio da análise da influência do biochar de açaí como condicionador na fertilização do solo e do reaproveitamento das fibras do fruto na produção de plástico biodegradável, com foco na melhoria social, econômica e ambiental da comunidade.

Segundo a professora de Robótica e orientadora do projeto, Ocirene Cardoso Souza, a participação no evento foi resultado do credenciamento da inscrição no edital da 6ª Mostra Nacional de Feiras de Ciências. “Foi uma excelente oportunidade para mostrarmos o valor do nosso projeto e o potencial da escola da zona rural. Mesmo com limitações, conseguimos ser selecionadas e levar o nome de Imperatriz e do Maranhão. Isso amplia o alcance do nosso trabalho e demonstra que a educação rural também é capaz de gerar soluções e tecnologias sustentáveis”, destacou.

A aluna do 8º ano, Gabriella do Nascimento, que apresentou o trabalho, enfatizou a relevância do projeto. “O tema está diretamente ligado à saúde do planeta, ao bem-estar das gerações atuais e futuras, e à viabilidade econômica e social a longo prazo. Participar desse evento foi uma experiência única e uma grande realização. Pretendo levar o conhecimento adquirido para outras apresentações”, afirmou.

Gabriella ressalta a importância de representar a escola e a cidade em um evento nacional e afirma que é uma grande honra apresentar o projeto e mostrar que o caroço de açaí não é lixo, pois a partir dele é possível gerar renda, bioplástico, adubo orgânico e novas tecnologias.

A gestora da Escola Municipal Afonso Pena, Maria Edicles da Silva, celebrou o reconhecimento e destacou o impacto da conquista. “O sentimento é de gratidão por sermos a única escola pública da zona rural a alcançar esse destaque. Essa vitória mostra o poder de uma educação que nasce do chão da comunidade, feita com amor, criatividade e compromisso com o futuro. Grandes ideias não dependem de localização, mas de dedicação, união e propósito. É um orgulho ver uma escola que transforma desafios em oportunidades, usando a sustentabilidade, a ciência e a inovação como caminhos para inspirar o Maranhão e o Brasil”, concluiu.