EDUCAÇÃO
Setembro Surdo celebra a cultura e a inclusão da comunidade surda em Imperatriz
No mês de setembro, o SIADI e a Escola Municipal de Educação Bilíngue Professor Telasco Pereira Filho realizaram ações que evidenciaram o protagonismo dos alunos e a riqueza da cultura da Libras
Publicado em: 29/09/2025 por Nayane Brito

Alunos da Escola Municipal de Educação Bilíngue Professor Telasco Pereira Filho apresentam dança na Escola Municipal Paulo Freire, em homenagem à cultura surda e à inclusão. (Foto: Assessoria)
Para reforçar e ampliar as políticas de inclusão das pessoas surdas, a Prefeitura de Imperatriz, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), que conta com o Setor de Inclusão e atenção à Diversidade (SIADI) e a Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Professor Telasco Pereira Filho, realizou durante o Setembro Surdo uma série de ações pedagógicas. A programação incluiu palestras, oficinas, danças e apresentações teatrais em alusão ao Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro.
Ao longo de setembro, o SIADI promoveu uma programação voltada ao Setembro Surdo, com oficinas de Libras e palestras educativas em diversas instituições de ensino. As atividades começaram no dia 16, no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), e seguiram nos dias 17, 22, 23 e 26, com oficinas nas escolas municipais Santos Dumont, Moranguinho, Fraternidade, Menino Jesus, Domingos Morais, Gonçalves Dias e Wady Fiquene. No dia 24, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) sediou um encontro em homenagem ao Dia Nacional do Surdo, que ressaltou a importância da Libras e da comunidade surda. O ciclo de atividades contou ainda, no dia 26, com uma palestra no Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).
O encerramento da programação do SIADI será nesta segunda-feira, 29 de setembro, com uma roda de conversa sobre o tema “Conscientização, Valorização da Vida e Inclusão no Espaço Educacional e em Ambientes Públicos”, às 19h, na Escola Municipal Presidente Costa e Silva. Para a coordenadora do eixo de Libras do SIADI, Maria de Lourdes da Silva, o mês representa um marco importante para o reconhecimento da comunidade surda: “Comemoramos o Setembro Surdo como um mês dedicado ao protagonismo das pessoas surdas na sociedade, às suas lutas e conquistas. O SIADI valoriza essa comunidade e, atualmente, conta com três instrutores surdos atuando nos cursos de Libras nas modalidades básico, intermediário e avançado. O setor também se preocupa constantemente em promover inclusão e acessibilidade nos eventos da administração pública”, ressaltou.
Durante o mês de setembro, algumas escolas da rede municipal realizaram atividades para celebrar o Setembro Surdo. Entre elas, a Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Professor Telasco Pereira Filho se destacou com uma programação especial dentro do projeto Itinerário Literatura Surda, que está em sua 3ª edição. A instituição atende atualmente 52 estudantes surdos, com idades entre 2 e 64 anos, nas modalidades da Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Os alunos da Escola Bilíngue levaram a literatura surda, a cultura bilíngue e apresentações de dança para algumas escolas municipais. A programação começou na segunda-feira (22/09), na Escola Municipal Tiradentes, com a apresentação “Itinerário Descubra: Qual a Profissão do Urso Surdo?”, seguida de “A Leitura da Tartaruga Surda”, na Escola Municipal Frei Tadeu, na terça-feira (23/09). Na quarta-feira (24/09), apresentaram “O Coelho Surdo e a Varinha Mágica Azul”, na Escola Municipal Paulo Freire, e, na quinta-feira (25/09), participaram da Tribuna Popular na Câmara Municipal de Vereadores, com a presença da comunidade escolar da Bilíngue. Na sexta-feira (26/09), foi a vez de “A Incrível Jornada dos Suricatos Surdos”, na Escola Municipal Frei Benjamim. O ciclo será encerrado na zona rural, com apresentação na Escola Municipal São Félix, na terça-feira (30/09).
A gestora da Escola Bilíngue, Elisandra Lima, destacou a importância de dar visibilidade à cultura e à identidade surda. “Precisamos valorizar a causa da pessoa surda, refletir sobre suas lutas e, principalmente, pensar em estratégias para avançar. Por isso, nosso projeto, em sua 3ª edição, mostra o protagonismo dos nossos alunos e evidencia o quanto a cultura surda é rica, merecendo reconhecimento e respeito”, afirmou.
A aluna surda do 7º ano, da Escola Bilíngue, Emily Rihana, ressaltou o significado das atividades comemorativas: “Ser surdo não é uma limitação, mas uma identidade. É fazer parte de uma cultura rica, com uma língua própria, a Libras - Língua Brasileira de Sinais. Por meio dela, nos comunicamos, aprendemos, ensinamos e mostramos ao mundo que também temos voz, mesmo que essa voz seja diferente”, disse.