“Fio de Esperança” vai ajudar na cura do câncer, fortalecendo autoestima
ONG ganha personalidade jurídica, procura abrigo e generosidade dos potenciais doadores
Publicado em: 28/09/2017 por Elton Sales
Para as mulheres, principalmente, a perda total dos cabelos, logo nas primeiras sessões do tratamento quimioterápico, e da mama – quando extirpada como técnica cirúrgica para interromper a doença – são eventos brutais que potencializam a queda do estado geral das pessoas acometidas pelo câncer.
Em Imperatriz, um grupo de pessoas que inclui a primeira-dama, Janaína Ramos; a enfermeira-chefe da Atenção Primária da Secretaria da Saúde do Município, Érica Ferreira Tourinho; o cabeleireiro Kayk Kardoso e a peruqueira Marinalva Castelo Branco, se mobiliza para fazer a versão local de uma ONG que já faz muita em outras regiões do Brasil, trabalhando meios para devolver a autoestima para quem está em tratamento, sofrendo com as deformações temporárias impostas pelas circunstâncias.
Janaína Ramos trabalha pela legalidade da estrutura da organização que se instala em Imperatriz e conta com a parceria de Érica Tourinho, que já sofreu câncer. Kaik e Marinalva já colaboravam, fazendo perucas para pacientes. “Estamos nos juntando e nos estruturando para canalizarmos essa ajuda para pessoas que procuram por esse tipo de atenção”.
Dados recentes revelam que existem 187 mulheres em tratamento e na fila da peruca, e que não são poucas as mulheres saudáveis que querem doar cabelos. “Falta um sistema organizado e dedicado à missão de devolver autoestima a essas pessoas” – diz Kayk. Marinalva observa que, inclusive homens que não eram carecas, mas que perderam cabelos durante a quimioterapia, também suplicam por essa ajuda.
A reunião desse grupo, ontem, 27, foi como assessor-chefe da Assessoria de Comunicação Municipal, Sérgio Macedo, na ASCOM. Macedo se encarregará das peças publicitárias de sensibilização, criadoras do ambiente para o surgimento de ajuda material. “Nada muito substancial – explica Janaína. A gente precisa de equipamentos que não são caros e matéria-prima para a confecção de perucas e sutiãs 3D. Paralelamente, vamos prospectar agendas para cirurgias plásticas para quem necessita da reparação da mama”, informou.
Érica Tourinho disse que esse resgate de autoestima é de fundamental importância para fortalecer o ânimo do paciente em busca da cura. “A gente pode e quer ajudar. Vamos contar com outras colaborações, que certamente virão” – disse.
A ONG imperatrizense vai se chamar “Patrícia Fio de Esperança”, numa referência a outra organização idêntica que já opera em outra região do Brasil, e fazendo homenagem a uma paciente infantil do câncer. O Procurador-Geral do Município, Rodrigo do Carmo, que ontem estava em São Luís, vai contribuir, com apoio jurídico para oficializar a organização. Janaína vai apelar à Secretaria do Desenvolvimento Social e ao prefeito Assis Ramos por um espaço físico que possa abrigar a ONG que poderá ser oficialmente instalada no próximo dia 6.